Oiê pessoal!
Assisti Oz: Mágico e Poderoso (Oz: The Great and Powerful) mais uma vez recentemente e achei que seria interessante fazer uma resenha sobre ele. Não se preocupe! Se você não viu o filme ainda, pode ler sem medo! Não vou estragar a surpresa!
Dirigido por: Sam Raimi
A verdade é que essa versão de O Mágico de Oz é muito interessante e causa várias reflexões. A grosso modo, como diz a sinopse, temos um mágico / ilusionista que tenta se passar por mago poderoso para extorquir o dinheiro das pessoas. Ele não se refere a si mesmo como alguém que faz truques em um show com números de mágica. Ganancioso, ele tenta encantar as mulheres com promessas para usá-las como assistentes sem ter que pagá-las por isso. E quando ele é descoberto pela população, a sua primeira ideia é fugir num balão. Porém surge uma tempestade que o leva para o Mundo Mágico de Oz.
Essa introdução que o filme passa é muito importante para a construção da imagem que teremos do personagem principal: um charlatão, ganancioso, presunçoso, egoísta e que passa por cima de qualquer moral em prol de seu próprio benefício. Com o desenrolar do filme, nossa concepção vai mudando… E passamos a admirá-lo e até a sentir pena do personagem em algumas situações. Afinal, tudo o que pensamos de mal sobre ele poderia ser trocado por uma boa dose de compreensão.
Sem dar spoilers aqui, mas para que fique claro o motivo dessa “troca de imagem” é necessário dizer que na verdade ele era mais bondoso do que todos os outros adjetivos que nos imprimiram dele no início do filme. Além de bondoso, ele se sentia uma fraude, alguém incapaz de realizar grandes feitos, que era o que ele gostaria de fazer de verdade.
Muitos momentos marcantes são fruto das conversas entre Oz e a Bruxa Boa do Sul. As frases dizem respeito à esperança, à auto estima e à ideia de “você é o que você diz ser”. Aí vem uma boa reflexão! Afinal de contas, se nos diminuirmos constantemente e deixarmos de acreditar em nós mesmos vamos acabar sendo tudo isso que achamos. Claro que no mundo real muitas vezes nos sentimos cabisbaixos e sem muito ânimo, mas o importante é dar a volta por cima e nos valorizar! O Mágico, de tanto que se sentia charlatão, ele fazia coisas de charlatão e continuava vivendo nesse ciclo vicioso. Para ver uma nova paisagem é necessário mudar o caminho! E o filme retrata de um modo muito interessante essa premissa. O personagem passa pela fase de descrença de si mesmo até a completa auto confiança. Se acreditar que é capaz, conseguirá realizar grandes feitos! – o que me faz lembrar a frase de Jean Cocteau / Mark Twain “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”.
Um segundo ponto relevante é o que acontece com a Theodora, a bruxa que resgata “Oz”car assim que ele chega no Mundo Mágico. Talvez, se você ainda não viu o filme, o próximo parágrafo não faça muito sentido porque vou falar “nas entrelinhas” e com metáforas para não dar nenhum spoiler – sugiro, inclusive, que veja o filme e volte aqui para reler essa parte com uma nova perspectiva!
A vida é feita de escolhas e, por mais clichê que essa frase possa ser, o filme consegue retratar de um modo magistral isso. Muitas vezes somos apunhalados pelas costas, tentam nos puxar o tapete ou até mesmo nos enganar para nos prejudicar ou favorecer alguém / alguma coisa. Mas nós é que escolhemos o caminho a seguir. Portanto, por mais “vítima” que possamos parecer dentro de uma determinada situação, nós somos responsáveis pela reação que teremos. Seja para o bem ou para o mau. Esse tipo de reflexão não é sempre retratado nos filmes porque em muitos casos o “bonzinho sempre é bom“, não age com rancor nem ódio e ainda consegue perdoar os erros de quem tentou fazer mal. Mas Oz: Mágico e Poderoso mostra o que normalmente acontece na vida real: quando somos enganados ou pensamos ser enganados por alguém, temos a tendência a alimentar raiva e rancor… E as decisões que tomamos quando estamos assim são de nossa responsabilidade e podem ser irreversíveis. Mesmo que tenha alguém maldoso por trás, tentando te incentivar a fazer algo cruel, por exemplo, a decisão de realmente ser cruel cabe única e exclusivamente a você… E as consequências também. Por isso a Theodora se torna uma personagem marcante e ainda mais interessante do que pode parecer.
Essa ideia de sermos responsáveis pelos nossos atos e de nos colocar na posição de “vítima” vem de encontro com a primeira reflexão, que se refere a sermos o que dizemos e fazemos. E esse ciclo que o filme possui promove tantas reflexões que fazem ele ser digno de ser apreciado.
Que fique claro que essa versão não tem intenção de ser um remake do clássico O Mágico de Oz de 1939. Mas, por outro lado, o longa-metragem – que apresenta efeitos especiais, cenários e figurinos fantásticos – faz questão de homenagear o filme original, famoso por sua boneca de porcelana e seu homem de lata, e também faz elogiosa referência a Thomas Edison e à invenção do cinema.
Vocês já assistiram “Oz: Mágico e Poderoso“? O que acharam? Contem pra mim nos comentários!
Até a próxima! *Hoot-hoot*
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