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“O Pequeno Príncipe” – Resenha de Cinema

Oiê pessoal!
Assistimos O Pequeno Príncipe (The Little Prince / Le Petit Prince) no cinema e vim compartilhar com vocês o que achei do filme. Não se preocupe! Se você ainda não assistiu, pode ler sem medo! Não vou estragar a surpresa! Aqui não tem spoilers!

 

Ficha Técnica:

Sinopse: Uma menina muda de casa com sua mãe, que é um tanto controladora e quer definir o futuro da filha fazendo com que ela seja aprovada numa escola conceituada. Logo após a mudança, um acidente provocado pelo vizinho faz com que a hélice do seu avião abra um enorme buraco na nova casa da garota. A partir de então o vizinho, um senhor um tanto curioso, tenta se aproximar da família, sem muito sucesso até que envia uma página de sua história para a menina. Curiosa em saber como termina, ela decide procurar o vizinho, que lhe conta a história de um pequeno príncipe que vive em um asteróide com sua rosa e que, um dia, encontrou um aviador perdido no deserto no planeta Terra.

Dirigido por: Mark Osborne

Gênero: Animação, Aventura, Fantasia (108 min – 2D e 3D)

Classificação Indicativa: Livre
Lançamento: 20 de agosto de 2015  | 29 de julho de 2015 

 

Onyx Films / Orange Studio / On Entertainment | distribuição: Paris Filmes

Resenha | Opinião

Eu fico horrorizada quando vejo críticas negativas sobre filmes tão inspiradores como esse. Eu cheguei a ouvir pessoas dizendo que esse filme não passava de uma história “banal”. Simplesmente não sei como existem seres tão insensíveis e incapazes de apreciar a beleza das coisas Por Outro Lado.

Eu achei esse longa metragem sensacional! Perdi a conta de quantas vezes me emocionei e chorei durante a trama. É um filme único e que mostra valores essenciais que muitas vezes são esquecidos nos dias de hoje.


No início ele me fez lembrar de UP! Altas Aventuras, talvez por causa do velhinho simpático que destrói a casa da garotinha com sua hélice de avião. Depois o filme me fez recordar de Oz: Mágico e Poderoso porque a ideia de “O Pequeno Príncipe” não é ser um remake da história original, o famoso livro lançado em 1943 e escrito pelo francês Antoine de Saint-Exupéry. A ideia é ser uma releitura! É quase como se o diretor estivesse traduzindo o livro para os dias de hoje.

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No entanto, apesar de me fazer lembrar desses filmes, a história é completamente original e fascinante! O importante é assistirmos com a mente aberta porque muitas reflexões podem ser feitas ao longo do filme – e quando digo “muitas”, realmente são muitas!

O livro por si só já é um poço de reflexões que podem ser vistas por ângulos diferentes. O filme não é diferente nesse aspecto! Não vou poder citar todas as reflexões que fiz porque, na verdade, ainda estou fazendo várias – mesmo depois de já ter passado uns dias que vi o filme! – e precisaria de um novo livro só pra falar sobre isso! Mas vou citar algumas dessas reflexões:

A primeira é talvez a mais óbvia: o filme faz uma crítica ao modo como os adultos tratam as crianças nos dias de hoje. Muitas vezes nos esquecemos de como é ser criança, quais eram as nossas necessidades e como éramos felizes fazendo coisas simples. Ao invés disso nossas mentes são sufocadas por diversas pressões do dia a dia de um adulto: temos contas a pagar, trabalhos pra entregar, satisfações pra dar… São muitas as exigências para se tornar um adulto. E algumas vezes podemos pensar “como é difícil fazer tal coisa…” e imediatamente acrescentamos “quando eu tiver um(a) filho(a) vou fazer ele(a) desenvolver tal habilidade para não ter a mesma dificuldade que eu tenho”. Na prática essa “tal habilidade” pode ser falar inglês fluente, saber nadar, digitar mais rápido no computador ou até ter determinada profissão que paga bem. No filme isso é retratado como “ser aprovado na escola conceituada”. Ou seja, é uma grande metáfora que pode ser substituída por qualquer outra pressão que colocamos nas crianças. Claro que muitas vezes é necessário dar uma noção de responsabilidade e compromisso na infância, para moldar o caráter e tudo o mais. Também entendo que na maioria das vezes os adultos controladores que desejam seu filho mega focado nada mais querem do que o bem da criança. Mas o filme traz à tona toda uma reflexão sobre a “perda da infância” nos dias de hoje e eu achei incrível o modo como esse tema foi trabalhado até o final do longa!

Curiosidade: recentemente escrevi uma reflexão sobre Direitos e Deveres que fala sobre a perda da inocência na infância. Vale à pena dar uma conferida no post! 

A segunda reflexão pode até soar clichê, mas é representada de um jeito diferente: “não julgue o livro pela capa”. Essa ideia pode ser aplicada tanto na história do Pequeno Príncipe, que causou curiosidade, estranhamento e paixão na menina, como também pode ser aplicada no velhinho, que não era tratado muito bem pelas pessoas da vizinhança. Por trás de toda aquela aparente “loucura” do senhor, existia uma pessoa que precisava de um amigo. Da mesma forma que por trás da garotinha de roupa bonita, super independente e estudiosa, existia alguém que também precisava de um amigo. Já dizia William Shakespeare “há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”, por isso esse filme tenta mostrar o quão mágica nossa vida pode se tornar se nos deixarmos cativar pelas coisas simples, puras, sem julgamentos e sem segundas intenções, como uma amizade sincera entre uma menininha e um velhinho.

Existe outra reflexão que envolve tanto o livro como a história do filme. No livro o Pequeno Príncipe conhece vários mundos, por assim dizer, e em alguns deles ele se deparava com um único ser achando que era importante, como o vaidoso que se achava o mais espetacular do seu mundo e a majestade /rei que queria que os outros acreditassem que ele tinha súditos que obedeciam a ele, “apenas quando as condições forem favoráveis“. O filme junta esses “mundos” em um só e é justamente o que vemos acontecer no nosso planeta. Quantas pessoas você conhece que acham que o mundo gira ao redor delas e apenas delas? Pelo menos uma eu tenho certeza que você conhece. Existem várias personalidades que são retratadas no filme e você provavelmente vai se lembrar de alguns conhecidos ao ver esses personagens… Talvez até se pegue rindo baixinho, tamanha a semelhança entre aquele personagem e aquela pessoa que está em sua mente. O filme chama a atenção para que a gente perceba como podemos nos tornar babacas caso pensemos apenas nas coisas materiais e “ditas como essenciais”, porque, afinal, “o essencial é invisível aos olhos“.

Outra reflexão, talvez mais profunda, tem a ver com as várias frases de efeito presentes no livro que são aplicadas no filme. “A gente corre o risco de chorar quando se deixa cativar” completa o sentido do pensamento da Raposa “tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo”. Ou seja, o poder de cativarmos as pessoas vem com um preço. Vivemos coisas maravilhosas com ela, mas sofreremos ao vê-la partir. O filme trabalha, desde o início, mesmo que discretamente, essa ideia. Podemos nos esconder de tudo e todos pra evitar sofrimento ou podemos viver momentos inesquecíveis e nos deixar cativar, correndo o risco de chorar. Afinal de contas, “foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante” e é por isso que algumas pessoas se tornam importantes nas nossas vidas e nos fazem pensar “se tu vens às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz“. Essas pessoas mostram que vale à pena se deixar cativar e torna a seguinte frase ainda mais significativa: “quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido” – preciso dizer que essa ideia também está presente no post que falei sobre A Saudade Por Outro Lado e mostrei minha frase com arte digital!

Por fim, ainda no quesito de frases profundas, uma das mensagens que o filme transmite diz respeito ao que é considerado essencial na nossa vida. Para alguns pode ser bens materiais ou até mesmo fama, fortuna e poder. Para essas pessoas “tudo que não é essencial deve se tornar essencial” quase como uma lavagem cerebral materialista e egoísta. No entanto, de um jeito fofo e reflexivo, o filme traz a ideia do livro e mostra que “o essencial é invisível aos olhos e só se pode ver com o coração” e que “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas“.

Tanto nos aspectos técnicos como nas entrelinhas esse filme arrasa e eu super indico! Sem contar que a trilha sonora também é fascinante e fica na sua cabeça por um bom tempo! – pelo menos ficou na minha e na do meu marido!

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Vocês já assistiram O Pequeno Príncipe? O que acharam? Contem pra mim nos comentários!
Até a próxima! *Hoot-hoot*

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Jornalista que ama compartilhar tudo o que faz sentido em sua vida: gostos, experiências e criações. Fundadora do blog Corujinha Lulu.

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